domingo, julho 31, 2005

marido mineirim



É engraçado como algumas pessoas incorporam sotaques com mais facilidade que outras. O meu é super misturado. Morei a vida toda em Curitiba, mas não percebia sotaque nenhum das pessoas lá. Percebia o do resto da família, que morava em União da Vitória – Porto União, achava que comparando com eles a gente não tinha sotaque nenhum.

Uma vez viajei pra Camboriú, SC, com uma amiga e passei uma ou duas semanas lá. Quando ligava pra casa minha mãe me dava a maior bronca por ficar imitando o sotaque deles... mas eu não tava imitando nada! O sotaque "grudou" em mim. E quando fui morar nos EUA pra fazer intercambio, tanto meu "pai" de lá me aporrinhou com a pronúncia que no final eu estava falando um perfeito inglês californiano, praticamente sem sotaque. Pena que eu perdi o jeito, já fazem muitos anos.

Mas voltando ao Brasil. Há 3 anos atrás fui morar em São Paulo. Achei bem estranho no começo, algumas pessoas falando muito carregado, outras menos. Em algum tempo acostumei o ouvido e não estranhava mais, estranhava quando ia a Curitiba, achava que minhas irmãs falavam muuuuito carregado! E elas riam do meu recém adquirido paulistês. Fui trabalhar num escritório onde a minha chefe e uma colega eram da Bahia. No começo, achava aquilo esquisitíssimo. Não entendia metade do que a chefa falava, o sotaque dela é beeeem carregado. Ficava rindo quietinha de algumas expressões, de algumas maneiras de falar completamente diferentes. E ainda tinham mais 2 pessoas paulistas no escritório, com paulistês bem marcado. Que mistura!

Quando já estava acostumada com o sotaque baiano comecei a namorar o Gato. Ele também é de Salvador, e apesar de já morar aqui há uns 14 anos e ter perdido um pouco do sotaque, ainda dá pra perceber claramente que ele é de lá. Acho que se não estivesse acostumada com o pessoal do escritório, estranharia o sotaque dele naquela época. Hoje nem percebo, claro, inclusive já incorporei algumas coisas. Só fica mais forte quando ele fala com as irmãs.

Mas eis que esses poucos dias que passamos em Minas (ver post anterior!) somados a alguns negócios que ele está fazendo com mineiros com quem fala com uma certa freqüência, meu marido virou mineirim. É muito engraçado isso! Daqui a alguns dias ele volta ao normal, com certeza, com seu sotaque baianês apaulistado, mas essa semana, pra aproveitar a novidade, acho que vou fazer uns pães de queijo...
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5 Comments:

At 11:26 PM, Blogger Lia Noronha said...

Vivian: que mistura de sotaques.Realmente essa facilidade existe mesmo.Vc conseguiu expressar de forma bem criativa essas adesões.
Eu sou carioca,mas até hj não acapixabei o meu sotaque.
Beijos carinhosos e um início de semana tranquilo.

 
At 12:27 AM, Anonymous Anônimo said...

viva, desde que ouvi na cpi a renilda dizendo que morava em "brumadchim" não parei mais de repetir essa palvra. pega mesmo!

 
At 10:43 AM, Blogger Laura_Diz said...

eu morei a infancia em ctba, tinha sotaque , era leiteee queeentee. depois de 30 anos de rio de janeiro, perdi os acentos, mas não sou acariocada por completo, as pessoas de lá perguntam se sou mineira. agora estou no nordeste, vixê maria

 
At 11:58 AM, Blogger Vivian Massignan said...

Lia, é uma mistura mesmo. Acabo ficando sem nenhum!

Anna, esse de minas pega muuuito fácil, e é gostoso falar assim, imitando eles. Aí já viu, né?!

Laura, o leiteee quenteee eu já perdi, mas quando vou pra lá falo como eles. Em Roma, faça como os romanos, né?

 
At 5:31 PM, Anonymous Anônimo said...

oi! só pra voce nao dizer que eu nao posto no seu blog


vê se responde o email que eu mandei ontem (03/08)

beijo!

 

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