sábado, outubro 22, 2005

mulheres descontroladas



O Wilma ataca. Perdeu um pouco de força, baixou de 5 para 4 na escala-do-pior-possível. Mas ainda está lá, ameaçador, ou ameaçadora. Todos os furacões tem nome de mulher. Já ouvi muitas piadinhas a respeito, tipo "começa quente e úmido e termina frio e seco", e outras que não lembro, mas pensando bem faz sentido.

Homens são muito controlados. A maioria é. Não estamos falando de gorilas agressivos com testosterona alterada, mas de homens normais. Pelo menos todos que eu conheço, tipo pai, irmão, marido, cunhados. Todos calmos.

As mulheres, às vezes são controladas, mas tem uma enorme capacidade de perder o controle. E acho sinceramente que isso é muito saudável. Faz bem soltar os bichos de vez em quando. Dar pitis. Subir nas tamancas. Rodar a baiana. Ter crises de choro. Eu, pessoalmente, acho que levo as coisas até mais a sério do que deveria em muitos casos. Comecei a perceber isso depois que algumas pessoas deram um toque, e comecei a pensar: se fulana E sicrana E beltrana disseram isso, vai ver elas tem um pouco de razão. Então, hoje, tento não levar tudo tão a sério, e não ser sempre tão civilizada e cordata, mas nem sempre eu consigo.

Hoje entrei no 02 neurônio, que eu adoro mas fazia um tempinho que não visitava. E achei um texto muito bom da Nina Lemos, que fala bem sobre isso. Aí vai:

Manifesto a favor do descontrol!

É muito legal ser controlada. Eu, depois de anos, acho que até sou. Só que ás vezes a gente olha em volta e vê tanto, mas tanto controle que... sente falta do descontrol! Falta passionalidade nesse mundo tão politicamente correto, desabafou um amigo outro dia pelo telefone. Ele ta certo.

Então, esse é um manifesto pelo direito ao descontrol. Quer dizer, mais que pelo direito. Venho aqui clamar o descontrol e acender uma vela para ele. Que bom que ainda sentimos coisas embaralhadas, que bom que temos ciúme, raiva, amor e paixão. Que bom que gritamos na pista! Que bom!!!

Acho bom, até, nesse momento, que vez ou outra a gente sinta tanta raiva, mas tanta raiva, que até bata o telefone na cara de alguém. Que a gente grite quando está com raiva. E não seja exageradamente educado quando a gente não está afins de ser.

Ser superior (não, não esqueci da minha musa mulher superior) é também poder sentir! Eu quero sentir!!!!! E pra sentir amor, preciso sentir raiva. E pra sentir raiva preciso sentir amor. Ta, é psicologia barata descontrolada, mas esse é um manifesto pelo descontrole, então, escrevo sem me policiar.

A gente precisa parar de se policiar.

A gente precisa parar de ser cordato o tempo todo.

Nada como uma emoção bem de verdade gritada, nem que seja "um nunca mais quero te ver", mas que também seja um "eu te amo", dito pra pretê, amigo ou bicho de estimação.

As terapias orientas e florais não vão eliminar nosso direito de sentir. E eu, que não acredito nem em floral nem em terapia oriental, continuarei celebrando o descontrole. E a psicanálise. Que Freud a salve.


Concordo com ela. Acho ótimo quando a gente consegue ter uns acessos de raiva, demonstrar mais, sentir mais intensamente, viver mais. Nem sempre isso acontece, mas que estou precisando, acho até que estou.
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quarta-feira, outubro 19, 2005

Arte Naïf e outras cositas más



Eu sempre adorei esse tipo de arte, esses quadros que retratam o interior, casinhas, tudo meio infantil. Descobri que chama Arte Naïf, ou Arte Primitiva, e muitas vezes é feita por pessoas simples do interior, que nunca estudaram pintura, é uma coisa ingênua mesmo. Fiz uma super pesquisa no Google e agora tenho uma biblioteca enorme de imagens jpg de qudros Naïf que pipocam no meu protetor de telas. Amei!!!!!
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A viagem a Curitiba foi ótima. Não estava muito frio, o bolo que a minha mãe encomendou era maravilhoso e enorme, a comemoração no Vox, um barzinho que eu ia na época de solteira, foi ótima. Domingão família, jogo do Brasil, mais comidinhas. Tudo perfeito. Agora, de volta à rotina, com muito trabalho pra por em dia. E com 30 anos!!!!!
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Ando numa fase meio sem palavras. Não que a vida esteja chata, não está, muito pelo contrário. Um monte de coisas pra fazer, um monte de pendências pra resolver, não ando com preguiça, nem fome, nem sono demais. Tá tudo bem. Só ando meio sem assunto. Meio pasma com tudo, acho. Não aguento mais ver TV. Nem ler revistas. Acho que talvez um cinema, um teatro, alguma coisa mais lúdica e que me tire um pouco da realidade possa fazer bem. Mas enquanto isso fico meio quieta aqui no meu cantinho.
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Essa semana li Sushi. Já tinha ouvido muito sobre o livro, e aquele outro, Melancia, da mesma autora, Marian Keyes. É um livro despretencioso, desses de humor britânico sobre mulheres na faixa dos seus 30 anos, com problemas comuns, como gente comum. Tipo Brigit Jones. E eu adoro. Adoro o senso de humor picante, a ironia, o cinismo. Acho que depois de já ter lido vários livros e assistido vários filmes, entendo um pouco o jeito deles. Li alguns da Rosemund Pilcher, adorei Os Catadores de Conchas, os outros não gostei tanto. Também li Dando a Volta por Cima, da Anna Maxted, é ótimo.
Um dia quero passar uma temporada na Inglaterra e conhecer mais de perto esse povinho azedo e adorável que mora lá. Gostei do Sushi. Me deu vontade de....... comer sushi! Rs!
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Ando bem surpresa com as discussões sobre o desarmamento. Por mais que eu continue achando que quem vai votar SIM é por pura ingenuidade (ou ignorância, falta de conhecimento), às vezes leio opiniões de algumas pessoas que eu respeito e são desse grupo, e elas não conseguem ver o outro lado. Eu até consigo entender a esperança dessas pessoas, apesar de ficar com um pouco de pena, porque acho que vão se decepcionar. Mas elas acreditam mesmo naquela conversa toda de "sou da paz", e de "nunca precisei de armas, nunca vou precisar". E muitas acham que quem vota NÃO são monstros insensíveis.
Pela última vez, não se trata disso. Uma pena. Ainda bem que acaba essa semana, e estou com muitas esperanças de que a maioria tenha aberto os olhos.
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homenagem póstuma à Titi Gorda



Quando cheguei em Curitiba, no dia do meu aniversário, recebi a notícia de que alguns dias antes, perdemos a Titi Gorda. Deixa eu explicar. Tínhamos duas cadelinhas Basset Daschund, irmãs. No pedigree uma chamava Nicole e outra Natasha. Só que a gente chamava as duas de Titi. E como uma era mais gordinha e outra mais magrinha, ficaram sendo a Titi Gorda e a Titi Magra.

Cada uma teve uma trajetória de vida. A Titi Gorda uma época foi morar com o caseiro do meu pai, que tinha crianças. Não se sabe se foi por saudades de casa, por maus tratos das crianças (nada de mais, mas sabe como é...) ou por destino mesmo, ela desenvolveu uma conjuntivite crônica e foi ficando cega. Ela sempre foi mais pacata, mais carinhosa e mais manhosa. Gostava era de ficar no colo. E acabou engordando por isso. E depois de meio cega, corria ainda menos, e engordava mais. Ficou algum tempo lá (onde até o nome foi trocado por Fifi), e voltou pra casa.

Já a Titi Magra, sempre foi mais mais espevitada, esganada por comida, e nunca parava no colo. Uma vez fugiu. Procuramos por tudo, no bairro, não achamos. Nessa época a Titi Gorda já tinha voltado, ficaram só ela e a Loba (uma pastora alemã linda e muuuuito meiga e querida, e velhinha, que também já se foi). Seis meses depois, meu pai estava andando de carro na rua e viu ela. Tava bem magrinha, mais do que já era, com o pelo todo arrebentado, e briguenta. Mas era ela, com certeza. Ela tem um redemoinho no pelo da pata da frente, pra tirar qualquer dúvida. E conhecia a casa, a Titi Gorda, a Loba, tal. Voltou, se adaptou de novo à rotina, aos poucos parou de brigar e rosnar pras outras por causa de comida. Virou a Titi Menina de Rua por um tempo.

Um pouco antes da Loba nos abandonar (ela simplesmente viu o portão aberto e foi embora, achamos que foi morrer longe, como os elefantes), veio a Zara. É uma rotwailler também super manhosa, mas bem exigente de atenção. E morria de ciúmes da Titi Gorda, não deixava a gente chegar perto dela... eram namoradas.

Bom, as Titis já eram bem velhinhas, estavam com 11 anos. A Gorda estava com o pelo bem mais branco que a magra, já não saía da casinha, dormia o tempo todo. Estava com uma bola numa tetinha, que já tinha sido operada uma vez pra tira leite empedrado (de uma gravidez psicológica, pode?). Da última vez que fui lá, umas 3 semana antes, não cheguei a ver ela, estava chovendo muito, ela só ficava lá atrás na casinha. Todo mundo já achava que ela não ia durar muito tempo mais.

E aconteceu. Estava bem doentinha, já não comia, levaram no veterinário e ela não resistiu.

E eu tinha sonhado que isso ia acontecer, uns 2 meses antes. No meu sonho meu pai tinha adotado a Titi Magra, que passou a ficar com ele o tempo todo, pra cima e pra baixo, no colo, no pé dele no escritório, tal. E no dia que eu cheguei ele estava com ela no colo, vinda do banho no Pet Shop, com um laço no pescoço........!

Acho que a Titi Gorda tá lá com a Loba, no céu dos cachorros. Descansou, tadinha. Ela só descansava aqui também, acho que não deve ter notado muita diferença. Fiquei triste, mas a vida é assim, pelo menos não tava sofrendo.

E a Titi Magra, essa tá no paraíso terrestre. Pelo menos durante aquele fim de semana, ficou dentro de casa, recebeu toda a atenção. Acho que agora acabou a festa, deve estar lá fora de novo com a Zara, elas vão ter que superar juntas a perda e aprender a conviver (uma nunca deu muita bola pra outra). Não é assim com as pessoas???

Titi, fiquei com muita pena de não ter te visto uma última vez, mas vou guardar sempre a lembrança daquela coisinha dormindo enrolada, de ter que dar comida na boca quando já tava ceguinha (senão a outra roubava), de você mesmo sem ver andando por tudo, conhecendo tão bem a casa, o jardim, o canil. Vai, minha Titi, fica com os anjinhos.
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sábado, outubro 08, 2005

e chegou o dia...!



Exatamente 30 anos atrás, à 1h da manhã, nascia essa aí de cima. Desde pequena já gostava de ficar na janela olhando o mundo.....

Procurei me preparar da melhor forma possível pra hoje. Fiz um check up, emagreci todos os kgs que estavam sobrando (e cumpri a meta!), comecei a fazer exercício, dei um jeito no cabelo, programei coisas novas profissionalmente, e claro, tratei de manter o coração muito bem, pra esse departamento importantíssimo estar 100%.

Amanhã, não, hoje, daqui a pouco, pra fechar com chave de ouro, vou a Curitiba ver família, amigos, dogs. Comemorar muito uma data que pra mim é importante, e com as pessoas que são mais importantes pra mim. Podem até dizer que fica tudo igual, que idade é uma besteira, mas eu acho que não. É uma fase nova, uma década nova que tá começando. É legal rever conceitos, planos, avaliar se o que eu fiz até agora valeu a pena e o que deve continuar ou mudar daqui pra frente.

E o melhor é que fazendo o balanço, acho que tudo valeu a pena, e não quero mudar muita coisa não. O que dá pra fazer a gente faz, o que não dá... deixa a vida me levar, vida leva eu.......!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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sexta-feira, outubro 07, 2005

Proibir o quê???




Eu realmente estou me empenhando em entender o que se passa na cabeça das pessoas que prentendem votar Sim ao referendo. Mas ainda não consegui.

Primeiro vamos esclarecer: o referendo não é contra o desarmamento, é contra a proibição do comércio de armas, que é muito diferente. Essa idéia de que a quantidade de armas vai diminuir proibindo o comércio legal, infelizmente é uma utopia. Não vai promover desarmamento nenhum, porque quem está mal intencionado sabe muito bem onde conseguir armas ilegais.

Olha, eu também não concordo com armas, acho horrível. Seria ótimo se elas não existissem, se a população realmente se desarmasse, todo mundo. Mas isso não vai acontecer. E a questão não é essa. É muito, muito mais profunda, é uma questão de cerceamento de direitos.

Existem estatísticas dos crimes com armas, que realmente são altas. Mas quem matou quem? Com uma arma legal ou ilegal? Não estão separando pessoas pacíficas que tem armas de policiais, bandidos e traficantes.

No seu blog, Pecus disse que armas legais abastecem os bandidos. Só que os números não batem. Bandidos não seguem leis, não compram armas em lojas. Só 1,4% das armas do país são compradas em lojas, são 3 mil armas legalizadas por ano, contra 8 milhões clandestinas. Vocês acreditam que os bandidos tem só isso? E as AR15, as metralhadoras, os fuzis, eles roubaram do cidadão que comprou na loja? Acho que não. O fato é: bandido não respeita leis, e tem acesso a armas. Acreditem, eu conheço um cara (que não é bandido) que não teve NENHUMA dificuldade em conseguir uma arma ilegal. Então qual é o ponto de proibir as legais? Que vai ter registro, nome do comprador e exige curso de tiro? O que podia ser feito, proibindo o porte de arma (não a posse) e exigindo treinamento de quem quer comprar, já existe. Só que ninguém prende os traficantes do Rio que sempre aparecem na TV armados até os dentes em plena rua, apesar de ser ilegal.

Proibir não vai mudar nada, infelizmente. O comércio vai continuar existindo, agora TODO ilegal. E as "pessoas de bem" não vão ter DIREITO a defesa nenhuma, pelo menos não legalmente. Defesa essa que a polícia não garante, diga-se de passagem.

A grande pergunta não é a que está sendo feita. Como disse a Veja, a pergunta correta do referendo deveria ser:
Você aceita abrir mão do seu direito de comprar legalmente armas de fogo e munição?

Eu voto NÃO.

Dois dados importantes:

Inglaterra, primeiro mundo e muito mais civilizada, com menos marginais e delinquentes. Quando as armas foram proibidas houve um grande aumento em assaltos residenciais a mão armada, inclusive com grande aumento da violência, pois os assaltantes não se intimidavam se havia ou não pessoas dentro de casa. É como por uma faixa dizendo: sou da paz, não tenho armas, estou indefeso, podem vir me assaltar!

Fiquei chocada quando li que 20% melhores armas apreendidas na campanha pelo desarmamento foram "roubadas"...... por criminosos........................................
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